sábado, 4 de fevereiro de 2012

A história de um Clown - parte 2

Não foi um dia muito diferente de ontem à noite.


Tiveram os mesmos contra-tempos, fui acorrentado
pelos mesmos vícios costumeiros, embora tão
fútilmente tentasse lutar contra eles.


Tenho que reconhecer minha fraqueza, sem dúvida.
O primeiro passo para vencer um mau hábito é
reconhecer que o possuímos. o segundo é tomar
alguma providência a respeito, para mudar a pútrefa
realidade do viciado.


E eu reconheço que sou fraco demais para tomar o
segundo passo, não importa o quanto eu tente
sozinho, só faço afundar na movediça da minha
solitária fraqueza.


Não gostaria de ser tão fraco.


Eu estou cansado de ser tão fraco.


Não dá certo lutar sozinho. O ser humano existe com
a mais chula finalidade de ser um escravo da sua
própria vontade.


Se as pessoas soubessem disto, não estariam
tentando vencer os seus próprios demônios e medos.


Saberiam que devem lutar é contra elas mesmas.


Nós somos os nossos piores adversários. Nossos
desejos, nosso individualismo, nosso orgulho,
soberba, inveja, fofoca são reflexos do monstro
que somos por dentro.


Não há um só ser humano puro.


A pureza desapareceu com o passar da história.


Então, porque lutar contra quem realmente somos?
Porque tantas pessoas lutam para manter o
planeta limpo, o ecossistema equilibrado, para que
se mantenha a ética, a nobreza e a ilusória pureza?


Porque o ser humano não simplesmente aceita quem é?


Um destruidor!
Cuja compulsão o impele a destruir tudo que o
rodeia. Inclusive a si mesmo.


Eu talvez não tivesse a resposta para essas
perguntas.


até hoje.


Existem coisas que as histórias não nos ensinam.
E que não dá pra aprender sozinhos.


As respostas, não estão em nós. Embora seja muito
fácil encontra-la olhando para nossa condição.


Somos todos escravos. Experimentamos uma vida
presos a quem somos, ao que gostamos, ao que
perseguimos. Presos ao tempo, às pessoas que
amamos, ao nosso cotidiano ou à nossa constante
vontade de quebra-lo.


O que é, então, liberdade?


Porque vivemos constantemente lutando para
alcança-la? Para mudar quem nós somos?


Eu luto contra quem sou, não aceito a minha
natureza fragilizada, e fujo de mim mesmo,
porque eu quero achar algo novo!


Já estou cansado de viver passivo entre às
histórias que me circundam. Estou cansado
de ser um escravo. E eu quero buscar aquilo
que quase ninguem achou.


Eu luto, para me libertar de mim mesmo.


E certamente, não há possibilidade de vencer
essa luta sozinho.


Essa é a minha jornada. A minha procura. O meu
conflito.


Só você, que me ensinou a contar as histórias,
que me ensinou a amar,
que tanto lutou pra me fazer enxergar a
necessidade de buscar um caminho diferente,


pode me fazer mais do que um vencedor.


Eu preciso da sua ajuda!


Me salve.


De mim mesmo.

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